Livro: objeto sagrado. Ou não!

3---amante-carnal

Confesso: eu rabisco livros, claro que não faço isso com livros alheios, só com os meus, mas sinceramente não entendo o endeusamento do objeto, esse que é feito de papel e tinta, o livro é muito mais do que papel e tinta, é entrega, é criatividade, é imaginação, é vida pulsando das páginas!

Esse questionamento surgiu de um debate lá no fórum Meia Palavra, não conheces? Vai conferir é tri bom! Uma das gurias que participa lá, contou que fica nervosa quando vê alguém riscar, marcar com a orelha, dobrar páginas de um livro e fiquei pensando bastante naquilo, e também me lembrei de um livro chamado Ex-Libris: Confissões de uma leitora comum, de Anne Fadiman, que tem um texto falando disso, e a autora traz uma idéia bastante interessante sobre este assunto: ela acredita que podemos amar os livros de maneira cortês ou carnal.

Para os amantes corteses o ser físico de um livro é sacrossanta sua forma é inseparável do conteúdo, seu dever como amante é a adoração platônica. Já para os amantes carnais as palavras de um livro são sagradas, mas o papel, a tinta, o tecido, o papelão, a cola, a linha e a tinta que as contém são um mero receptáculo e como tal não representa nenhum sacrilégio tratá-los de qualquer forma. A rispidez no uso não é sinal de desrespeito mas de intimidade.

Acredito que eu sou um meio termo entre o amante cortês e o amante carnal, pois apesar de me enquadrar totalmente na categoria de amante carnal, possuo alguns livros de valor afetivo e histórico muito relevantes aos quais dedico um amor intensamente cortês, mas fora estes pouquíssimos exemplares amo-os carnalmente, e tu que tipo de amante és?

estrelinhas coloridas…

p.s. a foto é do meu exemplar de Ex-Libris, devidamente sublinhado e manchado de chá, na pg. 47

FADIMAN, Anne. Ex-Libris: confissões de uma leitora comum = Ex-Libris: confessions of a common reader. Tradução Ricardo Quintana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.

3 opiniões sobre “Livro: objeto sagrado. Ou não!

  • Pingback: Livro: objeto sagrado. Ou não! | Alessandrolândia

  • 14 de setembro de 2009 em 04:16
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    Constumo brincar que quando o autor termina o livro, terminou somente o rascunho. Quem faz o livro, seguindo o roteiro de leitura limitado pela lógica das páginas, é o leitor e seu lápis.

    Em edições de luxo é aberta a exceção.

    Forte Abraço!

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  • 21 de outubro de 2009 em 17:59
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    ahahah
    Sou uma amante cortês… apesar de às vezes a “bola da vez” não escapar de um pingo de chocolate, ou de qualquer outra meleira que eu esteja degustando…ehehehe
    retribuindo a visita e ficando, adorei seu cantinho!

    Resposta

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