O silêncio da chuva

silencioUm suicídio, que para a polícia parece assassinato, dá início a uma trama intrincada que nos envolve desde o princípio. O inspetor Espinosa foge um pouco do estereótipo de detetive brilhante que resolve tudo sozinho, bem pelo contrário o solitário policial que tem como lazer percorrer sebos do Rio de Janeiro atrás de preciosidades literárias se sente tão ou mais perdido que o leitor durante a investigação.
A narrativa de Garcia-Roza é simples, direta e elegante, as divagações existenciais e filosóficas de Espinosa são ótimas e dão ao livro um tom psicológico que é potencializado pela vozes narrativas que se intercalam, nos colocando dentro dos pensamentos de diversas personagens.
Essa foi uma leitura curiosa, pois ao mesmo tempo em que o livro me prendeu, fiquei muito incomodada com diversos aspectos da trama. Este estranhamento foi tamanho que, apesar de ter gostado da leitura, não me atrevo a indicar o livro.

GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. O silêncio da chuva. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

banner-dl2012-2

Essa leitura faz parte do Desafio Literário 2012  cuja temática do mês de Julho era a leitura de ganhadores do Prêmio Jabuti.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

A pirâmide vermelha

“… os egípcios acreditam no poder do sol nascente. Acreditam que cada amanhecer marca o início não só de um novo dia, mas de um novo mundo.”

Carter e Sadie Kane são irmãos, e desde que a mãe morreu, eles se veem apenas duas vezes por ano. Ele vive viajando pelo mundo com o pai, o egiptólogo Julius e ela mora com os avós maternos em Londres. Os dois tem muito pouco em comum até mesmo a aparência. A história tem início na véspera do Natal quando Julius decide levar os filhos até o British Museum, prometendo que tudo será melhor, no entanto as coisas não saem bem como ele planejou e os irmãos são lançados em uma aventura recheada de surpresas e perigos.

A narrativa é bem dinâmica e intercala as vozes de Carter e Sadie, permitindo uma visão mais ampla da história mesmo sendo ela narrada em primeira pessoa. O livro tem muitas cenas de ação e é recheado de informações sobre a mitologia egípicia, caracerística já conhecida dos leitores do autor, ele consegue permear a narrativa de informações de forma leve e consistente criando uma história envolvente.

“Nos tempos antigos, a margem leste do Nilo era sempre o lado dos vivos, o lado onde nasce o sol. Os mortos eram enterrados na margem oeste. Era considerado de má sorte, até perigoso, viver lá.”

O grande volume de informações e personagens torna o ritmo da leitura um pouco frenético, queremos sempre saber mais, é o tipo de história que se não ficarmos atentos às entrelinhas perdemos detalhes que são significativos para o desenrolar da história, inclusive quem leu a série Percy Jackson e os Olimpianos, vai identificar muitas semelhanças na estrutura da narrativa, mas isso não desmerece o trabalho de Riordan, pois ele se renovou e criou algo totalmente novo, mas permeado de pequenos detalhes que  seus leitores mais atentos não deixaram passar despercebido 😉

“Então não se pode morar em Manhattan? – disparou.
Amós franziu a testa e olhou para o Empire State.
– Manhattan tem outros problemas. Outros deuses. É melhor mantermos tudo separado.
– Outros o quê? – reagiu Sadie.
– Nada.” pg. 53

As personagens são cativantes e comungam da veracidade como principal característica, todos nós conhecemos uma menina rabugenta e sarcática como Sadie e um menino aplicado e tímido como Carter, mas o mais interessante é que a medida que avançamos na leitura vamos nos aprofundamendo e vendo que esses simulacros nos dizem pouco sobre os dois. Gosto das personagens criadas pelo Riordan, principalmente porque que elas são repletas de nuances, ninguém é totalmente bom, nem totalmente mau, são pessoas com conflitos, muitas atormentadas pelas consequências de suas escolhas e que de alguma forma buscam se redimir. O livro é uma deliciosa caixa de surpresas.

“Para todos os meus amigos bibliotecários,
defensores dos livros, verdadeiros mágicos na Casa da Vida.
Sem vocês, o escritor estaria perdido no Duat.” pg. 6

RIORDAN, Rick. As Crônicas dos Kane – Livro um: A pirâmide vermelha. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.

Essa leitura faz parte do Desafio Literário 2012  cuja temática do mês de Setembro era a leitura de livros sobre Mitologia Universal.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.


Vittorio, o vampiro

“Sim, sou um vampiro, como já disse, sou uma coisa abjeta que se alimenta da vida mortal. Existo com tranquilidade, relativamente contente, na minha terra natal, nas sombras escuras do meu castelo. E Ursula está a meu lado, como sempre, e quinhentos anos não chega a ser tanto tempo para um amor tão forte quanto o nosso.

Apesar da promessa do título e do parágrafo da contra capa, este não é um livro sobre um vampiro, e sim sobre um humano. Narrado em primeira pessoa pelo próprio Vittorio, o livro conta a história de sua vida até conhecer a maldade nua e crua a e acabar seduzido pelo poder daquilo que mais abomina.

A história se passa em plena Renascença e Vittorio é pouco mais que um menino, apaixonado por Florença e por pintura sacra, quando vê sua família ser dizimada de forma brutal por uma seita chamada Corte do Graal de Rubi. Ele sobrevive apenas porque despertou a compaixão de Úrsula, uma das integrantes da seita, mas é capturado e mais uma vez a jovem salva sua vida, no entanto não consegue o livrar o envenenamento.
Após ser abandonado, com o sangue dominado por veneno, delirando,  Vittorio recebe ajuda de anjos para arquitetar e colocar em prática seu plano de vingança. Porém nem tudo sai como ele e seus protetores planejaram e como o próprio título já anuncia ele, enfim, se torna um vampiro.

“Deixe-me colocar as coisas de outra maneira.
Olhe para trás, pense no episódio que narrei, quando meu pai e eu, cavalgando pelas florestas, falamos sobre Fra Filippo, e meu pai me perguntou o que tanto me atraía nesse frade. Disse-lhe que era o conflito e a natureza dividida de de Filippo que tanto me fascinava nele, e que dessa natureza dividida, desse conflito, emanava um tormento que Filippo reproduzia magistralmente nos rostos que pintava.
Filippo era uma tempestade dentro de si mesmo. E eu também.” pg. 203

Esta foi uma leitura interessante, apesar de alguns pontos da narrativa se mostrarem um pouco enfadonhos, os dilemas de Vittorio se mostraram uma surpresa gratificante, ele se mostra inteiro em suas digressões filosóficas e podemos ver o quão atormentado ele é por suas escolhas e ainda assim teve força para assumir a responsabilidade e consequências de seus atos.

RICE, Anne. Vittorio, o vampiro. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

Essa leitura faz parte do Desafio Literário 2012  cuja temática do mês de Agosto era a leitura de livros de terror.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

Matadouro 5

“O visitante do espaço realizava um estudo muito sério da cristandade para tentar compreender por que os cristãos achavam tão simples ser cruel.” pg. 114

Quando escolhi o livro Matadouro 5 do Kurt Vonnegut para o Desafio Literário, sabia apenas que ele era sobre viagens no tempo, nada mais. E assim, sem nenhuma expectativa, nenhum conceito pré concebido que me lancei na leitura dessa obra.
Passado vários dias que terminei a leitura, ainda me pego surpresa com a genialidade do autor, ele escreveu um livro sobre viagem no tempo, sobre guerra, sobre vida extraterrestre e na verdade nada disso é realmente fundamental para que compreendamos a mensagem pacifista que ele deixou para a humanidade.

“Disse a meus filhos que eles não devem em hipótese alguma participar de massacres e que as notícias sobre massacres dos inimigos não deixá-los nem orgulhosos, nem felizes”. pg. 25

Com uma narrativa totalmente metalinguística, o livro não é fácil, exige boa vontade do leitor, mas vale à pena o esforço para acompanharmos Billy Pilgrim em suas andanças pelo tempo e espaço, hora estamos em meio ao bombardeio a cidade de Dresden hora estamos em sua confortável casa na cidade americana de Illium. Como preparação para esta aventura temos o primeiro capítulo que traz, supostamente, a realidade, nele o autor contextualiza o livro bem como suas motivações para escrevê-lo, é um prelúdio que já mostra a que veio, pois nele já vamos percebendo que na escrita de Vonnegut não existem desperdícios, cada palavra, cada vírgula, cada ponto tem um objetivo, e esse objetivo creio eu, seja justamente o de lançar o leitor em uma aventura na qual ele não poderá ficar indiferente, não creio que exista a possibilidade sairmos ilesos de uma leitura tão impactante.
Mas que essa leitura seria uma experiência enriquecedora, desconcertante, absurda e surreal eu já devia ter previsto quando li a folha de rosto do livro:
Matadouro 5
ou 
A cruzada das crianças
uma dança com a morte
de
Kurt Vonnegut
Americano de origem alemã de quarta geração que hoje vive tanquilamente em Cape Cod [fumando muito] e que, como soldado de infantaria americano hors de combat, como prisioneiro de guerra, testemunhou o bombardeio de Dresden, na Alemanha, “a Florença de Elba”, há muito tempo sobreviveu para contar a história.
É uma novela que segue mais ou menos o modo esquizofrênico e telegráfico das histórias do planeta Tralfamador, de onde vêm os discos voadores.
Paz.
VONNEGUT JR., Kurt. Matadouro 5. Tradução de Cássia Zanon. Porto Alegre: L&PM, 2011.
Esse é o verdadeiro Matadouro 5
Essa leitura faz parte do Desafio Literário 2012  cuja temática do mês de Junho era a leitura de livros sobre Viagens no Tempo.
Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

Balzac e a Costureirinha Chinesa

“Até aquele encontro roubado com Jean-Christophe, minha pobre cabeça educada e reeducada, simplesmente ignorava que se pudesse lutar sozinho contra o mundo inteiro. O flerte se transformou em grande amor. Até mesmo a ênfase excessiva à qual o autor havia sucumbido não me parecia nociva à beleza da obra. Sentia-me literalmente devorado pelo fluxo poderoso de centenas de páginas. Para mim, era o livro sonhado: ao término da leitura, nem a maldita vida, nem o maldito mundo poderiam ser como antes.” (p. 94)

O Desafio Literário tem se mostrado, cada vez mais, um motivador para que eu me permita sair da zona de conforto literário na qual me refugio, o tema do mês de abril (autores orientais) por si só já era um grande movimento nesta direção, mas eu não poderia supor o quanto ele seria enriquecedor, a primeira leitura já havia sido encantadora e esta segunda obra veio confirmar esse fato.
O livro do chinês Dai Sijie, radicado há 15 anos na frança, me conquistou primeiro pelo título, minha clara predileção por livros com nomes pouco óbvios falou alto, mas uma rápida leitura na sinopse, ou melho dizendo no primeiro páragrafo dele me fizeram tomar a decisão de incluir essa obra no desafio, e que escolha acertada  foi me lançar na leitura desta singela história que é sobretudo sobre o poder transformador da literatura.

“O que é a reeducação? Na China vermelha, no fim de 68, o Grande Timoneiro da Revolução, o presidente Mao, lançou um dia uma campanha que iria mudar profundamente o país. As universidades foram fechadas, e “os jovens intelectuais”, quer dizer, os secundaristas, foram mandados ao compo para serem reeducados por camponeses pobres” (p. 8)

A história, como se pode verficar no excerto acima, se passa no fim da década de 60, quando Mao Tse Tung lançou a chamada Revolução Cultural. Uma das diretrizes da Revolução impactou diretamente a vida de dois jovens: o narrador da história e seu amigo Luo, de 17 e 18 anos respectiviamente, eles foram mandados para um montanha chamada “Fenix Celestial” sob a responsabilidade do chefe da aldeia, para serem reeducados porque seus pais eram ” intelectuais inimigos do povo“.
A rotina extenuante que inclui trabalhos pesados em lavouras e mina de carvão dos dois jovens só é interrompida porque o chefe da aldeia gosta de ouvir histórias e se encanta com a capacidade narrativa de Luo, o que permite aos amigos irem esporadicamente a cidade para assistirem filmes no cinema local para depois contarem na aldeia. Estes são os pequenos momentos de felicidade dos dois. 
No entanto dois acontecimentos vão mudar ainda mais a vida dos dois jovens: conhecer a costureirinha e a descoberta de uma valise repleta de inestimável tesouro. São estes dois marcos que modificam profundamente a visão de mundo e o cotidiano dos três jovens. Ao se dedicarem à leitura dos livros de Balzac, Baudelaire, Dostoievski, Dickens, Dumas entre outros, eles abrem seus horizontes para além da realidade imposta por Mao, páginas e mais páginas lidas, forjam uma sensação de autonomia que os olhares em direção ao mundo não é mais enevoado com as lentes impostas pelo regime mas sim com as lentes da criticidade. As mudanças que a leitura provoca nos três amigos é tão profunda quanto imprevisível, como amargamente comprova Luo, que em uma tentativa de “civilizar” a costureirinha através da leitura das obras ocidentais, não poderia supor o quão libertadora seria a experiência.
Balzac e a Costurerinha Chinesa é uma obra encantadora e singela, mas de uma força que surpreende, pois mesmo aqueles para quem a literatura é notoriamente libertadora são pegos de surpresa pela dimensão do poder transformador que ela tem.
SIJIE, Dai. Balzac e a Costureirinha Chinesa. Tradução de Véra Lucia dos Reis. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

Essa leitura faz parte do Desafio Literário 2012 cuja temática do mês de abril era a leitura de autores orientais.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

O livro tem um versão cinematográfica, roterizada e dirigida pelo próprio Dai Sijie, e que traz como bônus informações sobre os dois jovens e o vilarejo, vinte anos depois.

O jardim de Ossos

"Tudo aconteceu há 58 anos. Você era apenas um bebê na época e não pode se lembrar. Em verdade, eu mesmo quase me esqueci. Mas, nesta última quarta-feira, descobri um velho recorte de jornal que estivera todos esses anos dentro de meu antigo exemplar de Anatomia de Wistar e me dei conta de que, a não ser que falasse logo, tais fatos certamente morreriam comigo. Desde a morte de sua tia, sou a única pessoa que sabe da história. Todos os outros estão mortos." (pg. 10)

Quando vi que o tema de março do Desafio Literário 2012 era Serial Killer desanimei, ando sem paciência e estômago para livros muito pesados com descrições detalhadas e gráficas de crimes e atocidades em geral, e sendo assim coloquei só dois livros na lista apenas para não deixar o mês passar em branco, por isso a leitura de O jardim de ossos, Tess Gerritsen foi uma ótima surpresa.

O livro conta duas histórias uma que se passa nos dias atuais e outra datada de 1830, é claro que as duas estão interligadas. Tudo começa quando Julia, que comprou um casarão construído em 1880 encontra uma ossada em seu jardim, depois de uma investigação a polícia determina que o caso é para especialistas em antropologia visto que os ossos estavam enterrados muito antes da construção da casa.

Com esta descoberta Julia acaba conhecendo Henry, primo da antiga proprietária da casa e que possui uma série de caixas com documentos, cartas e jornais antigos que pode ser a chave para conhecerem a identidade da mulher enterrada no jardim. Junto com Julia e Henry somos levados a 1830 para conhecer Norris Marshall, Rose Connolly, Oliver Wendell Holmes e o Estripador de West End.

As narrativas se intercalam tecendo uma trama intrincada e inteligente, a história que se passa em 1830 é muito rica e detalhada e nos conta como o jovem estudante de medicina Norris é acusado de ser um assassino em série e a sua luta para provar que é inocente, ele conta com a ajuda da imigrante irlandesa Rose e do amigo Oliver, juntos eles vão juntando as peças do quebra-cabeça para descobrir quem é o verdadeiro Estripador de West End.

Tess Gerritsen tem aquela incrível capacidade de escrever de forma que fisga o leitor, com reviravoltas e suspense de tirar o fôlego é quase impossível largar a leitura. Sem dúvida é uma autora que vou procurar conhecer mais, pois ela conseguiu construir uma narrativa empolgante, recheada dos clichês do gênero, é claro, mas tão bem escrita que é fácil nos deixarmos levar pelas meticulosas e precisas descrições e quando nos damos conta já estamos totalmente envolvidos com a história.

GERRITSEN, Tess. O Jardim de Ossos. Tradução de Alexandre Raposo. Rio de Janeiro: Record, 2009.

Esta leitura faz parte do Desafio Literário 2012, cujo tema de março é Serial Killer.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

Matilda

"O Sr. Losna olhou irritado para Matilda. Ela não se movera. Já tinha aprendido a bloquear os ouvidos contra os sons desagradáveis da televisão. Continuou a ler, imperturbável, e por alguma razão isso enfureceu o pai. Talvez sua raiva tenha aumentado por ver sua filha desfrutando de alguma coisa que ele não alcançava" (pg.34)

A leitura de Matilda, Roald Dahl se mostrou ainda mais encantadora do que esperava. Já conhecia a história por sua versão cinematográfica e como adoro o filme estava com expectativas bem altas, e isso não atrapalhou a leitura em nenhum momento, pois apesar das indefectíveis modificações que a transposição de linguagem acarreta a essência da história é a mesma.

Matilda é uma menina muito especial, que nasceu em uma família que não lhe dá a mínima atenção. Aos 3 anos ela já sabe ler mas os pais acham que livros são perda de tempo, o pai é um desonesto vendedor de carros usados, a mãe negligencia a filha para passar as tardes jogando bingo e o irmão parece nem ao menos se dar conta de que tem uma irmã, nesse contexto desolador, a menina encontra forças na literatura, as vozes de milhares e milhares de histórias ajudam amenizar seu sofrimento.

A entrada de Matilda na escola é marcada por contrastes ainda mais acentuados, lá ela se depara com a figura da diretora que despreza a infância e considera as crianças seres desprovidos de direitos, já a professora da classe da menina é o extremo oposto, gentil e atenciosa logo ela percebe o incrível potencial intelectual da menina. Mistérios e aventuras e pequenas vinganças se misturam na narrativa de forma encantadora e a maneira como Roald Dahl a conduz é fantástica.

O livro é acima de tudo uma metáfora sobre a perseverança, Matilda podia muito bem ter se conformado com a família que tinha e se enquadrado nos padrões que os pais consideravam adequados, mas ela não aceitou e mesmo sendo tão pequena conseguiu mudar a sua vida.

Esta é a lista dos primeiros livros adultos que Matilda leu:

Grandes Esperanças, de Charles Dickens

Nicholas Nickleby, de Charles Dickens

Oliver Twist, de Charles Dickens

Jane Eyre, de Charlotte Bronte

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

Tess, de Thomas Hardy

Kim, de Rudyard Kipling

O Homem Invisível, de H.G.Wells

O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway

O Som e a Fúria, de William Faulkner

As Vinhas da Ira, de Jonh Steinbeck

Os Bons Companheiros, de J.B.Priestley

O Condenado, de Graham Greene

A Revolução dos Bichos, de George Orwell

Esta leitura faz parte do Desafio Literário 2012, cujo tema de Fevereiro é a leitura de livros cujos títulos sejam nomes próprios.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

Memórias Gastronômicas

"Queridos leitores, rogo a Deus que lhes resguarde o apetite, o estômago – e os poupe de fazer literatura…"

O curioso e delicioso livro Memórias Gastronômicas de Alexandre Dumas nos revela uma faceta peculiar do escritor de mais de 300 livros, entre eles os clássicos O Conde de Monte Cristo, Os três Mosqueteiros e Memórias de um Médico, o de amante da boa mesa, mas não apenas um amante qualquer, mas sim um dedicado, empenhado e acima de tudo apaixonado pelos prazeres da culinária. Esta obra é a introdução do "Grande dicionário de culinária" que foi publicada originalmente com a colaboração do jovem Anatole France, aqui ela se apresenta dividida em duas partes

Por toda a narrativa é fácil perceber o entusiasmo do autor pela comida, essa admiração salta aos olhos e seja o texto uma recordação pessoal ou discorrendo sobre personalidades históricas, como Bonaparte e Carême, são sempre muito fluidos e agradáveis de ler. Na segunda parte da narrativa Dumas nos leva através dos tempos desde a primeira maçã até a inauguração do primeiro restaurante em Paris, as referências históricas, bíblicas, mitológicas e o tom cômico fazem a leitura da história da gastronomia ainda mais divertida.

"Há três espécies de apetite…

2. O que sentimos mesmo sem fome, depois de já termos saboreado um prato de respeito, o que consagrou o provérbio: Comer e coçar é questão de começar…"

O livro é encerrado com um "Cardápio D’Artagnan" que inclui receitas de Bouilabaisse à la Nîmoise, aspargos fritos, filés de pato com laranja, Tournedos, Bolo à la Madeleine, e dos molhos Ravigote, Poivrade e Espanhol, todas retiradas do Grande dicionário de culinária.

O livro sem dúvida agrada ao que gostam de boa literatura e boa mesa, a edição caprichada da Jorge Zahar Editor conta com tradução, apresentação e notas de André Telles.

"Minha reputação culinária… promete apagar minha reputação literária."

Esta leitura faz parte do Desafio Literário 2012, cujo tema de janeiro é Literatura Gastronômica.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

Desafio Literário 2012 – Lista

Finalmente terminei minha lista e como para 2012 o regulamento permite mais flexibilidade, não sendo obrigatório a feitura da lista resolvi fazer um pouco diferente de como fiz nas edições anteriores: elegi um livro principal e em algumas categorias selecionei alguns livros como reservas, dentre estes vou escolher o que estiver com mais vontade de ler na época, todos? Nenhum? quem sabe? Sendo assim meu compromisso assumido é apenas com os livros principais, minha sanidade agradece 😉

Janeiro – Literatura Gastronômica

Adorei esse tema, gosto tanto, que dos livros sugeridos como leitura já tinha lido todos. Elegi como principal um livro que está há uns bons anos esperando a leitura. Os reservas já estão na minha lista também há tempos, mas esses ainda vou comprar 😉

Livro Principal:
Memórias gastronômicas, Alexandre Dumas
Reservas:
Chocolate, Joanne Harris
A sopa de Kafka, Mark Crick
 

Fevereiro – Nome Próprio (de pessoas)

A escolha desses foi fácil, os três são de autores que adoro e já moravam aqui na minha biblioteca, simples assim.

Livro Principal:
Maya, Jostein Gaarder
Reservas:
Matilda, Roald Dahl
Caim, José Saramago
 

Março – Serial Killer

Tá bom eu confesso: não curto livros de Serial Killer como antes, não me pergunte antes do que, que também não sei, quando dei por mim eles já não despertavam a paixão de antes, tanto é que o livro que escolhi como principal está aqui na estante implorando para ser lido e tem sido ignorado descaradamente sem dó nem piedade. Só escolhi um como reserva porque estou querendo ler faz tempo e a Carol já me falou que é bom 😉

Livro Principal:
O jardim de ossos, Tess Gerritsen
Livro Reserva:
O perfume – Patrick Süskind
 

Abril – Escritor(a) oriental

Um tema tão rico, e tão ausente nas minhas leituras. Uma pesquisa básica na minha biblioteca apontou que tenho apenas um livro que se enquadra nessa categoria, mas na minha lista de aquisição tem vários, não tive dúvidas, fui lá e escolhi logo quatro livros.

Livro Principal:
Haroun e o mar de histórias, Salman Rudshie (India)
Livros Reserva:
Balzac e a Costureirinha Chinesa – Dai Sijie (China)
Kafka à beira-mar, Haruki Murakami (Japão)
Não me abandone jamais, Kazuo Ishiguro (japão)
Eu sou um gato, de Natsume Soseki (Japão)
 

Maio – Fatos Históricos

Tema que sempre me agrada, escolhi como principal um livro da mesma autora de A Casa das Sete Mulheres, porque gosto muito do estilo de escrita dela. E é claro que inclui vários na lista de reservas.

Livro Principal:
Uma ponte para Terebin, Leticia Wierzchowski (Segunda Guerra)
Livros Reserva:
Extremamente alto e incrivelmente perto – Jonathan Safran Foer (11 de setembro)
Ratos e Homens, John Steinbeck (Grande Depressão Norte-Americana pós-1929)
Saga, Erico Verissimo (Guerra Civil Espanhola)
O Anexo, Sharon Dogar (Segunda Guerra)
O Cemitério de Praga, Umberto Eco (Protocolos dos Sábios de Sião)
 

Junho – Viagem no Tempo

Para esse mês não tinha um único livro então selecionei um do meu amado Carl Sagan, outro que Tatá gostou e dois que estou de olho faz tempo.

Livro Principal:
Contato, Carl Sagan
Livro Reserva:
O mapa do tempo, Félix J. Palma
Matadouro 5, Kurt Vonnegut
A Mulher do Viajante no Tempo, Audrey Niffenegger
 

Julho – Prêmio Jabuti

Pensei não ter mais nenhum livro nessa categoria para ler, mas lendo as escolhas alheias (oi Luma!) descobri que tenho dois livros que se enquadram nessa categoria o/

Deixei como reserva os que já tinha escolhido para comprar.

Livro Principal:
O Silêncio da Chuva, Luis Alfredo Garcia-Roza (1997)
Livros Reserva:
O Grande Mentecapto, Fernando Sabino (1980)
Manual da Paixão Solitária, Moacyr Scliar (2009)
Os espiões, Luis Fernando Veríssimo (2010)
 

Agosto – Terror

Outro tema que os livros estão sendo ignorados por aqui, mas esse pelo menos eu tinha alguns na biblioteca para incluir na lista.

Livro Principal:
A estrada da noite, Joe Hil
Livros Reserva:
Vittório, o vampiro, Anne Rice
Sétimo, André Vianco
A hora das bruxas I – Série “As Bruxas Mayfar”, Anne Rice
A hora das bruxas II – Série “As Bruxas Mayfar”, Anne Rice
 

Setembro – Mitologia universal

Tema fácil e que sempre me agrada

Livro Principal:
A criança roubada, de Keith Donohue
Livros Reserva:
A batalha do apocalipse, Eduardo Sphor
A Pirâmide Vermelha – As Crônicas Dos Kane – Livro 1, Rick Riordan
O Trono de fogo, As Crônicas dos Kane – Livro 2, Rick Riordan
 

Outubro – Graphic Novel

O DL2012 me ganhou com esse tema, amo de paixão, foi supertranquilo selecionar vários livros que estão na fila de espera.

Livro Principal:
Persépolis, Marjane Satrapi
Livros Reservas:
Criaturas da noite, Neil Gaiman
O pequeno livro dos Beatles, Hervé Bourhis
Sandman – Edição Definitiva, volume 2 – Neil Gaiman
Courtney Crumrin & as Criaturas da Noite, Ted Naifeh
Santô e os pais da aviação, Spacca
Cabelo Doido, Neil Gaiman
Mr.Punch, Neil Gaiman
Sinal e Ruído, Neil Gaiman
Sandman apresenta: Caçadores de sonhos, Neil Gaiman
 

Novembro – Escritor(a) africano

Esse tema foi o que mais ampliou meus horizontes, não tenho nenhum autor africano na minha biblioteca e também não me lembro de ter lido nenhum, selecionei dois autores sul-africanos, a primeira porque gostei demais do que li sobre o livro e o segundo porque Tatá garante que é muito, mas muito divertido mesmo. No fechamento da lista a resenha de Kovacs me encantou de tal maneira que inclui o escritor angolano valter hugo mãe.

Livro Principal:
A arma da casa, Nadine Godimer – África do Sul
Livros Reservas:
Cotoco, John van de Ruit – África do Sul
A máquina de fazer espanhóis, valter hugo mãe – Angola
 

Dezembro – Poesia

Mais fácil impossível, sempre tenho livros de poesia a serem lidos na minha biblioteca

Livro Principal:
Cecília de Bolso, Cecília Meirelles
Livros Reserva:
Quadras ao gosto popular, Fernando Pessoa
Defeitos escolhidos & 2000, Pablo Neruda
As aventuras de Tom Bombadil, J.R.R. Tolkien
O uivo, Allen Ginsberg
 
 
p.s. o nome do autor angolano valter hugo mãe não está grafado errado não, o próprio autor escreve seu nome com letras minúsculas.

Desafio Literário 2012

Depois de um ano conturbado em que as resenhas dos livros lidos para o Desafio Literário ficaram fora da ordem de prioridades, confesso que quando vi o lançamento do Desafio Literário 2012 pensei em não participar, mas eu gosto de desafios, gosto de vencê-los e ainda por cima gostei muito dos temas propostos para este ano. Estou elaborando minha lista, como sempre vou priorizar os livros disponíveis na minha biblioteca, mas pasmem, tem categorias que não tenho nenhum, como "Viagens do Tempo", "Escritor Africano" e "Prêmio Jabuti" e assim o DL mais uma vez me ajuda a ampliar meus horizontes literários, sugestões são bem-vindas 😉

A lista de temas é a seguinte:

Janeiro 2012

Literatura Gastronômica – mês dedicado ao sabor da leitura. Afinal, leitura sem gosto não tem a menor graça. Em razão disso, propomos um tema leve, divertido e saboroso; sejam em forma de crônicas, poesias, romances, diários, biografia, memórias e demais gêneros que versem sobre a temática da comida. ATENÇÃO: Livros contendo apenas receitas não valem.

Fevereiro 2012

Nome Próprio (de pessoas) – existem personagens cujo imenso carisma ganha logo destaque na capa de um livro. E a regra do mês é essa: só vale livros cujo título seja um nome próprio – e apenas ele -, exemplo: Quincas Borba, Benjamin, Emma. Vai ser divertido e muito fácil caçar títulos do tipo; seja na estante de casa, de uma livraria ou de uma biblioteca. ATENÇÃO: apenas nome próprio de pessoas!

Março 2012

Serial Killer – O tema é autoexplicativo, mas para não dar margem às dúvidas, vamos lá: Literatura policial em que há a combinação de (policiais/detetives), investigação e, claro, homicídios seriados.

Abril 2012

Escritor(a) oriental – que tal explorar a terra do Sol nascente e demais países do Extremo Oriente e do sul da Ásia? Entram em cena os escritores chineses, japoneses, indianos, coreanos, etc…

Maio 2012

Fatos Históricos – Esse mês será destinado à leitura de romances cuja trama apresente acontecimentos que marcaram a história nacional ou mundial. Frisando, apenas romances. Não valem livros de História Geral, nem biografias.

Junho 2012

Viagem no Tempo – romances que abordem a ida de viajantes do tempo para o passado ou futuro. Se eles voltam ou não, só a história dirá. Em tempo: Livros científicos ficam de fora.

Julho 2012

Prêmio Jabuti – Esse é o prêmio mais importante do cenário literário brasileiro. E conta com 29 categorias, mas para fins do Desafio literário valem apenas as categorias Livro do Ano e Romance, de qualquer uma das 53ª edições da referida premiação leitura. Para abrir mais o leque de opções: Além das obras ganhadoras, é permitida a leitura das obras indicadas ao prêmio. Clique no link abaixo e pesquise: http://www.cbl.org.br/jabuti/telas/edicoes-anteriores/

Agosto 2012

Terror – O tema impõe a regra: tem que ser história que mete medo. Pode ser suspense psicológico ou sobrenatural, isto é, valem tanto as histórias com personagens sobrenaturais (vampiro, zumbi, bruxas, lobisomem…) como as narrativas com personagens humanos.

Setembro 2012

Mitologia universal – Romances, poesias, contos que abordem mitos e lendas de culturas distintas (brasileira, Greco-romana, céltica, indiana, mexicana, nórdica, etc…). É um universo de opções!!! Mas até que Setembro chegue, há um bom tempo para a pesquisa e aquisição. É manda ver.

Outubro 2012

Graphic Novel – Vamos nos divertir mais! Para quem não sabe, Graphic Novel é um romance gráfico com enredos longos e complexos no formato de história em quadrinhos. ATENÇÃO: não valem gibis, aqueles de periodicidade mensal.

Novembro 2012

Escritor(a) africano – que tal ler um autor nascido na grande mãe África? Pegue o mapa e monte o seu roteiro literário pelo continente africano.

Dezembro 2012

Poesia – A correria típica do mês pede descanso, especialmente, para a alma. Vamos de lavar a alma com poesia! De qualquer forma e jeito, valem Haicais, acrósticos, épicos, cânticos, elegias…, em outras palavras, pesquise, pesquise, pesquise!)

Para quem quiser participar vale conferir os links ai embaixo e ficar atento que o prazo de inscrições é até 15/12/2011

Regulamento

Agenda e Temas

Sugestão de Leituras

Inscrição

Lista de livros dos blogs participantes