Meme Literário – Dia 30

Dia 30 – Qual foi o último livro que você comprou? Fale sobre ele.

O último que comprei foi a A Luz Fantástica, Terry Pratchett, pela Estante Virtual. Ele é o segundo livro da série Discworld e conta aventura de Rincewind, DuasFlor e Bagagem após eles caírem pela borda do mundo. Estou super ansiosa para ler, fazia muito tempo que queria este livro, assim como todos os outros da série Discworld, pena que a maioria dos 13 volumes já publicados em terras tupiniquins estejam esgotados e a Editora Conrad não tem pretensão de reeditá-los aqui no Brasil 🙁

Lugar Nenhum

"Richard havia percebido que os acontecimentos são seres covardes. Eles nunca acontecem sozinhos: vêm numa matilha, pulando juntos sobre alguém ao mesmo tempo."

Lugar Nenhum não nasceu prosa, nasceu roteiro de uma série de TV, em seis capítulos, Neil Gaiman o escreveu em 1997, para a rede britânica BBC. Depois ela virou História em Quadrinhos e só depois desse longo caminho que virou livro.

A história é centrada em Richard Mayhew, um escocês que vê sua vida virar do avesso depois de ajudar uma desconhecida que encontrou ferida em uma calçada de Londres. Até esta noite ele tinha uma vida pacata, um bom emprego e era dominado pela noiva controladora. Mas após ajudar a jovem Door, ele descobre na manhã seguinte que não tem mais nada. No trabalho ninguém o reconhece, sua noiva até tenta, mas não lembra quem ele é, seu apartamento é alugado com ele dentro da banheira, nem mesmo o caixa eletrônico reconhece seu cartão bancário. Diante desta situação tão bizarra ele parte em busca das estranhas personagens que julga, e de fato são, responsáveis por tudo que está acontecendo com ele, e assim parte para um mundo até então desconhecido: a Londres de Baixo.

Nesta nova Londres ele será confrontado com situações ainda mais bizarras dos que as que o levaram até ali, são tantas informações novas com as quais lidar, que Richard, em uma tentativa de manter um pouco a sanidade começa um diário mental:

"Querido Diário, começou ele. Na sexta-feira eu tinha um emprego, uma noiva, uma casa e uma vida normal (bom, pelo menos até o ponto em que a vida consegue ser normal). Então eu achei uma moça sangrando na calçada e tentei bancar o Bom Samaritano. Agora não tenho mais noiva, casa ou emprego, fico andando a esmo a uns sessenta metros abaixo das ruas de Londres e minha expectativa de vida é tão longa quanto a de uma drosófila suicida."

Uma das coisas que achei interessante no livro é o papel que tem as linhas de metrô, na Londres de Baixo os nomes das estações tem conotações reais, em “Blackfriars” encontramos os monges negros e em “Seven Sisters” existem mesmo sete irmãs. Já uma coisa que me chateou no livro diz respeito à tradução, não gosto quando parte dos nomes próprios ganham traduções e outros não, até entendo os motivos da tradutora para optar por fazer assim, mas continuo estranhando que “Door” seja filha de Pórtico.

Foi impossível ler as aventuras de Richard, Door e do Marquês de Carabas sem me lembrar de outros dois livros, primeiro de Stardust, do próprio Gaiman que também conta com um heróis às avessas, uma menina que cai de paraquedas na vida dele e um mundo paralelo que sempre esteve perto sem que ele tomasse conhecimento disso. O segundo foi Coração de Pedra, de Charlie Fletcher, que além dos elementos acima, também se passa em Londres. As histórias em si são bem diferentes e me agrada descobrir nestas leituras como são múltiplos os olhares sobre uma estrutura tão parecida.

Duas pessoas me disseram que gostei tanto de Lugar Nenhum porque ainda não li as melhores obras em prosa de Gaiman, no caso Deuses Americanos e Os filhos de Anansi, mas fico feliz com isso, mesmo com expectativas altas, adorei a história que para mim é acima de tudo sobre a fantástica viagem que podemos fazer ao mundo de medos e surpresas que há em nós mesmos, e se os outros dos livros ali na fila de espera forem ainda mais legais, só tenho a ganhar 😉

GAIMAN, Neil. Lugar Nenhum. Título original: Neverwhere, tradução de Juliana Lemos. São Paulo: Conrad, 2010.

Os Sete Selos

"Ah Deus!

– Porque vocês continuam falando o nome dele? Acreditem em mim, Ele não vai ajudar agora. Na verdade, eu espero que Ele não atrapalhe”. pg. 55

Uma organização denominada de a “Agência” cuja finalidade é lidar com eventos sobrenaturais, se depara com acontecimentos que estão além da compreensão até mesmo de seus mais renomados especialistas. Diante desta situação uma equipe bastante incomum se forma: uma agente cumprindo suspensão, um ex-agente expulso por mau comportamento e um demônio. É deles a missão de descobrir quem matou o bispo Claude e porque.

A personagem central é Lara Carver, uma jovem e brilhante agente que tem problemas em lidar com hierarquia e protocolos, é através dos olhos dela que vemos a narrativa se desenvolver. Depois de se ver obrigada a conviver com o demônio Lucius, assassino de seu pai e também com seu amigo de infância Jason, ela começa a descobrir os motivos que levaram os anjos a iniciarem uma guerra contra os humanos e principalmente sobre si mesma.

A narrativa é simples, mas a história é bastante rica e prende a atenção até mesmo nos momentos em que aparecem algumas incongruências em relação à idade da protagonista: na sinopse nos é informado que ela tem 21 anos, mas em outras duas passagem ela tem respectivamente 23 e 25 anos, e temos também outras informações adicionais com relação a amizade dela com Jason que fazem com que estes dados fiquem ainda mais confusos.

Já Lucius é uma personagem realmente fascinante e a que mais me cativou, fiquei com um gosto de quero mais em relação a ele, de saber sobre sua personalidade peculiar mais aprofundadamente, de compreender os intrincados acontecimentos que o levaram a ser como ele é.

O texto podia ter sido melhor lapidado e alguns aspectos da história melhor amarrados, mas para além destes pontos negativos a autora se apropriou de mitos e simbologias de forma bastante criativa, conseguindo com isso construir uma história empolgante sobre uma temática muito explorada.

SALAZAR, Luiza. Os Sete Selos. São Paulo: Editora Underworld, 2010.

Annabel & Sarah

"Não chegue a minha casa sem avisar. Surpresa boa mesmo é quando me dão chocolates sem que eu peça ou espere” (pg. 41)

Com um projeto gráfico que me agradou muito pela inovação e criatividade, “Annabel & Sarah” de Jim Anotsu foi uma grata surpresa, cheia de referências que vão desde a sétima arte até desenhos japoneses, o trecho que Annabel fala que Goku encontrou outra Esfera do Dragão me fez rir muito.

A trama, claramente inspirada em Lewis Carrol e Neil Gaiman, gira em torno de duas irmãs gêmeas, Annabel e Sarah que em comum só tem mesmo o DNA e a data de nascimento de tão diferentes que são e que ao serem obrigadas a passarem um final de semana juntas na companhia do pai se veem dentro de um bar abandonado decorado com pinturas de Andy Wharol onde a aventura tem início quando uma TV que se liga sozinha e puxa Sarah para outro mundo. Sem muitas opções Annabel parte em busca da irmã, depois de conversar com “Estrela da Manhã” que a instrui a procurar a flor “Amor Perfeito”.

A narrativa tem um ritmo muito interessante, pois assim como as duas irmãs são diferentes, sempre que estamos acompanhando cada uma delas em sua jornada nestes universos paralelos, somos apresentados a um texto totalmente diferente. Enquanto vemos Sarah em uma cidade totalmente distópica em que a felicidade é obrigatória e a tristeza punida severamente, Annabel é jogada em um mundo onde humanos são uma espécie em extinção e pandas são os caras maus. Já os Interlúdios foram uma sacada muito bacana porque eles contextualizam Annabel e Sarah levando a uma compreensão maior da personalidade das duas.

Uma das referências literárias que mais gostei foi o nome do lobo detetive Op Spade, que apenas quem leu O Falcão Maltês de Dashiell Hammet consegue captar, as referências são um dos grandes trunfos do livros, mas que podem passar totalmente despercebidas para o leitor com uma bagagem literária diferente. Kerouac e a Ilha da Expectativa são outros nomes curiosos que denotam o quão curiosa é a personalidade, não dos personagens mas do próprio autor que se despiu de seu próprio nome e construiu um autor-personagem que se coloca em cada uma das referências que permeiam o texto instigando a curiosidade do leitor.

Para além das referências, mas ainda esbarrando nelas, uma personagem que merece destaque é o cientista Cody Corso que inventou uma máquina que se chama Uivo (aqui não consigo deixar de pensar em Allen Ginsberg) que realiza viagens espaço-temporais pela Surdez, que nada mais é que o fino invólucro que separa os diversos mundos, aqui temos um jogo de palavras bastante engenhoso.

A idade que Jim Anotsu tinha quando escreveu a história talvez justifique o domínio da linguagem ainda imaturo, mas ele é um autor promissor, que conseguiu já em seu livro de estreia imprimir um ritmo fluido à narrativa somado a um estilo muito convidativo à leitura.

ANOTSU, Jim. Annabel & Sarah. São Paulo: Editora Draco, 2010

Crônicas do Mundo Emerso – A missão de Senar

"Durante a guerra dos Duzentos Anos, muitos habitantes do Mundo Emerso, cansados de tantos combates, deixaram suas Terras para ir viver no mar. O último contato com eles remonta a cento e cinquenta anos atrás, quando os reinos unidos da Terra da Água e do Vento tentaram invadir o Mundo Submerso graças a um mapa conseguido de um habitante daquele reino que voltara a morar em terra firme. A expedição teve um fim trágico: nenhum sobrevivente voltou para contar o que aconteceu. Desde então, nada mais se soube daquele continente e perdeu-se a memória de como alcançá-lo."

Missão de Senar é o segundo volume da trilogia “As Crônicas do Mundo Emerso” e a narrativa agora se concentra como o próprio título já entrega em Senar, e isso traz um frescor para a trilogia tornando-a ainda mais fluida, mas mesmo com este novo enfoque, Nihal ainda é parte importante desta narrativa.

Neste livro acompanhamos o mago, que na função de conselheiro e embaixador do Mundo Emerso parte em busca do Mundo Submerso. O único navio que aceita a missão é o da pirata Aires, pois esta é considerada uma empreitada totalmente suicida.

Enquanto Senar sai em sua missão, Nihal começa a treinar com Ido, gnomo e cavaleiro de dragão e conhece Laio, que se tornará um amigo leal e fiel. Os dilemas e a petulância de Nihal me cansaram um pouco, mas acho que sem estas características ela não seria tão cativante, ficando claro aqui o quanto gosto de personagens irritantes.

Vários elementos novos surgem neste volume e trazem uma riqueza que me encantou, gosto muito quando narrativa vai crescendo em complexidade, quando as personagens vão mostrando mais nuances, quando vou percebendo que há muito mais do que a heroína com uma missão maluca ou do mago altruísta que sai em busca de um povo perdido.

Enfim, gostei ainda mais dos rumos que a história vai tomando ao longo desta narrativa, com elementos que humanizam os heróis e vilões e principalmente com o crescimento e resolução dos dilemas pessoais das personagens.

Crônicas do Mundo Emerso – A Garota da Terra do Vento

[…] é o menor e mais afastado país do Mundo Emerso. Localizado no Oeste, de um lado é fechado pelo Saar, o Grande Rio, e do outro é ameaçado pela Grande Terra. Não há um só lugar de onde não se veja a alta torre da Fortaleza, a morada do Tirano. Como sombria e onipresente ameaça, ela domina a vida de todos os habitantes da área. Lembra a todos que não há lugar onde a mão do Tirano não possa alcançar. Apesar disto, o reino ainda continua parcialmente livre.

Relatório anual do Conselho dos Magos, fragmento.

Uma das minhas fontes mais prolíficas de indicações literárias é sem dúvida o Fórum Meia Palavra, a cada visita são feitos acréscimos na lista de futuras leituras, e foi lá que ouvi falar de “As Crônicas do Mundo Emerso” da escritora italiana Licia Troisi e como o tópico do livro tinha uma discussão bem interessante resolvi conferir a trilogia.

No primeiro livro, “A garota da terra do vento” conhecemos Nihal, uma menina cuja vida se resume a passar os dias entre as torres da cidade com sua turma de garotos, brincando de ser guerreira, ela está acostumada a vencer sempre, mas um dia é desafiada por um garoto estranho chamado Senar e pela primeira vez perde uma luta. Esta derrota a leva a decidir que precisa aprender magia, pois acredita que só perdeu porque Senar é um mago. É isso que a leva a descobrir que tem uma tia chamada Soana que além de maga também é conselheira do Conselho dos Magos do Mundo Emerso. Mas antes de iniciar seu treinamento em magia ela tem é surpreendida pela presença de Senar que também é aprendiz de Soana.

Mas os problemas pessoais de Nihal são nada comparados à guerra em que O Mundo Emerso está imerso, o vilão conhecido como Tirano criou seres chamado fâmins única e exclusivamente para comporem seu exército e a fúria dele alcança a Terra do Vento, lançando Nihal em uma aventura muito maior do que ela jamais imaginou.

Gostei muito da história, a narrativa é dinâmica e fluída, não existem digressões nem pontas soltas, nada está ali por acaso tudo tem sentido e pertinência para o desenrolar da história e isso me conquistou muito. A linguagem a princípio me causou um certo estranhamento principalmente pelo uso do tu, ao invés de você e veja bem isso é bastante curioso porque eu estranhei um livro escrito da mesma forma que eu falo apenas por que isso não é usual, mas no decorrer da leitura isso acabou criando uma identidade muito forte para a mim.

Licia criou personagens fortes e com dilemas aprofundados que enriquecem a obra de tal forma que até mesmo o contexto bastante comum do universo fantástico, com magia, dragões e guerras não ofusca a riqueza da história que ela construiu.

TROISI, Licia. Crônicas do Mundo Emerso: Livro 1 – A Garota da Terra do Vento. Tradução de Mario Fondelli. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.

O ladrão de raios

o-ladrao-de-raios1 O Ladrão de Raios (Intrínseca, tradução de Ricardo Gouveia, 2008, 387 páginas), de Rick Riordan é o primeiro livro da série Percy Jackson e os Olimpianos e nos apresenta a história de um garoto que descobre que os deuses do Olimpo estão vivos e que ainda tem filhos com mortais, e Percy descobre justamente que é filho de um deles e que seu melhor amigo é um sátiro.

Nesta primeira aventura, Percy é apresentado à este novo mundo completamente desconhecido, onde deuses, minotauros, centauros e muitos outros seres mitológicos estão bem ali se olharmos bem.

Em um acampamento especial para os filhos de deuses com mortais, Percy descobre que é filho de Poseidon e que isso o torna especial, pois Poseidon, Zeus e Hades haviam feito um pacto de não terem mais filhos, além desta carga Percy ainda está sendo acusado de ter roubado de Zeus o raio-mestre e precisa resgatá-lo, junto com seus amigos Grover e Annabeth e ainda descobrir seu verdadeiro ladrão antes que comece uma grande guerra.

Muita ação e desafios estão presentes na jornada de Percy e seus amigos, de encontros com Medusa e Ares até o esperado encontro de Percy com seu pai.

As referências mitológicas fazem a história ficar muito interessante, transformando a aventura de Percy em uma agradável surpresa.

 

estrelinhas coloridas…

Roverandom

roverandom Roverandom (Martins Fontes, tradução de Waldéa Barcellos, 2003, 127 páginas), de J.R.R. Tolkien narra a história de um cãozinho que foi enfeitiçado pelo mago Artaxerxes e virou um cão de brinquedo, e que por conta disso vive muitas aventuras. Depois do feitiço ele é dado de presente à um menino que o perde na praia. E ao conhecer outro feiticeiro é que começam as aventuras de Rover, pois Psamatos Psmatides, o feiticeiro da areia o envia para Lua e lá ele vive muitas aventuras junto de outro cão chamado Rover e passa a se chamar Roverandom, depois de muito tempo na lua, Rover retorna à praia e logo depois viaja para o fundo do mar para procurar o mago que o enfeitiçou para tentar voltar a ser de verdade. Lá ele vive mais aventuras até poder retornar à sua antiga dona e ter uma surpresa.

Tolkien escreveu esta história em 1925 para consolar seu filho, Michael que durante as férias na praia perdeu seu cãozinho de brinquedo e hoje 85 anos depois ela ainda encanta. É uma leitura leve mas primorosa, bem característica de Tolkien, com ótimas e ricas descrições, seres mágicos e muita aventura.

Esta leitura faz parte do desafio literário, cujo tema de fevereiro é um livro que nos remeta aos contos de fada. Veja outras resenhas aqui.

estrelinhas coloridas…

Diários do Vampiro: despertar

diarios-do-vampiro Diários do Vampiro: o despertar (Galera Record, tradução de Ryta Vinagre, 2009, 240 páginas) de L.J. Smith, conta a história de um triângulo amoroso entre dois vampiros e uma humana. Irmãos e inimigos mortais, Damon e Stefan Salvatore são assombrados por um passado trágico. Vivendo nas sombras desde a Renascença italiana, o destino parece levá-los a percorrer o mesmo caminho que um dia os conduziu àquela vida amaldiçoada e eterna, pois em Fell´s Church, na Virgínia, Stefan conhece Elena Gilbert, uma adolescente bela e popular e no encalço de Stefan, Damon procura vingança, e logo Elena se verá divida entre os dois irmãos – e entre o amor e o perigo.

Com o boom da série Twilight, resgataram esta série lá do fundo do baú do início dos anos 90, refizeram o projeto gráfico, e jogaram no mercado com grande estardalhaço, que diga-se de passagem a história não merece.

A primeira coisa que me fez não gostar do livro foi a personagem Elena, que é de uma superficialidade gritante, embora a autora envernize a guria de decidida e autoconfiante, ela não passa de uma mimada que pensa ser o umbigo do mundo, cujos desejos devem ser satisfeitos custe o que custar, doa a quem doer.

A temática da história não me desagradou completamente apesar de ser o velho clichê do triângulo amoroso com irmãos como antagonistas, isso até passa quando é bem escrito, e não vem recheado de esterótipos. As personagens estereotipadas me incomodaram muito, estão todas lá: a popular, o mocinho perfeito e atormentado, o bad boy, o namorado chutado pra escanteio mas que de tão gente boa dá a maior força para a popular conseguir o mocinho que não dá bola pra ela, a ex-melhor amiga que não era amiga. Ah! Tem também o machão e isso também foi irritante, como assim um colega te ataca, rasga tua roupa e tu não presta queixa, só porque o teu queridinho te salvou miraculosamente bem a tempo?! Hã?! Como assim?! E isso não é nada, isso passou batido mesmo, a tia não teve uma síncope, os policiais também não deram bola, nenhum adulto se preocupou que uma guria foi atacada, sim porque mesmo que o guri seja filho de sei lá quem e todos se conheçam desde sempre, ele atacou ela.

A história inteira me pareceu meio vaga, com personagens mal construídas, com acontecimentos que não tiveram o aprofundamento necessário para a compreensão, como por exemplo quando a amiga médium, essa sim uma personagem bem interessante mas que mal aparece, é “possuída” e fala que tem alguém esperando Elena no cemitério, podemos apenas deduzir o que aconteceu, eu não gosto quando ficam pontas soltas, mesmo que seja uma série, como é o caso deste livro, as coisas tem que ter uma linearidade e um encadeamento mínimos para a história feche um ciclo, não é o que acontece em Diários do vampiro: o despertar.

O beijo das Sombras

o-beijo-das-sombras Mais uma história de vampiros?! Sim. Mas com muito sarcasmo, acidez e chilli peppers temperando a trama. O livro da vez é O beijo das sombras de Richelle Mead, que é no original se chama: Vampire Academy, e é o primeiro de uma série que vai contar as aventuras de Lissa Dragomir e Rose Hathaway.

Tudo começa com Lissa e Rose que fugiram da escola São Vladimir, sendo levadas de volta por um grupo de guardiões. Lissa Dragomir é uma adolescente especial, por várias razões: ela é a princesa de uma família real muito importante na sociedade de vampiros conhecidos como Moroi.

Sua melhor amiga, no entanto, não carrega consigo o mesmo prestígio: meio vampira, meio humana, Rose Hathaway é uma dampira cuja missão é se tornar uma guardiã e proteger Lissa dos Strigoi – os poderosos vampiros que se corromperam e precisam do sangue Moroi para manter sua imortalidade.
De volta à escola elas tem que lidar com as consequências da fuga, e ainda se manter alerta para o que as continua espreitando e Rose descobre os poderes que se escondem por trás do doce e inocente olhar de Lissa.

Eu adorei a história. Achei interessante a mitologia criada por Richelle, é claro que ela se baseou em lendas e mitos que já estão por ai, mas nesse caso a moça acertou a mão pois a mistura deu certo.

O livro tem vampiros bons, vampiros maus e guardiões, báh que ao meu ver são uma raça um pouco subserviente demais, mas se não fosse assim o amor de Rose e Dimitri não seria impossível e a história perderia um pouco da bossa.

A história a princípio parece que será toda focada em Lissa, mas não, é Rose quem dá o tom e conduz a narrativa, e ela é muito mais interessante, isso torna a trama mais rica e envolvente.

O livro ágil e a trama flui, a dose de suspense é o meu número: não deixa tudo para o final, mas guarda uma reviravolta que é bem criativa e com gosto de quero mais.

E o melhor é que vai sim ter mais 😀 no Brasil só temos o primeiro, mas na gringolândia já tem 4 livros lançados e o 5º com lançamento previsto para 18/05/10, a seqüência é essa:

Vampire Academy (Vampire Academy, Book 1)
Frostbite (Vampire Academy, Book 2)
Shadow Kiss (Vampire Academy, Book 3)
Blood Promise (Vampire Academy, Book 4)                                                            Spirit Bound (Vampire Academy, Book 5)

mais sobre a série aqui: Sucker for Vampires e aqui: Vampire Academy Brasil